Qual será a próxima investida da Argentina contra o Brasil? Ou será que há outros acontecimentos "invisíveis" por trás de tais ocorrências? Muito estranho como o Brasil é tão complacente com estrangeiros e tão ríspido com seu povo, que trabalha e paga impostos, tarifas e taxas escorchantes... :(
RIO DE JANEIRO/BUENOS AIRES, 13 Mar (Reuters) - O
governo argentino ameaçou nesta quarta-feira revogar a concessão da Vale
no projeto de potássio Rio Colorado, após a paralisação do
empreendimento anunciada pela mineradora brasileira nesta semana.
Para o governo da Argentina, ao suspender o projeto
orçado em cerca de 6 bilhões de dólares, a mineradora brasileira feriu
as regras do país.
"A empresa violou a segurança jurídica e as leis da
Argentina e de Mendoza, em particular, que outorgou a permissão de
concessão. E se não a explorarem, vão perdê-la", disse o ministro de
Planejamento, Julio de Vido, em discurso na Casa Rosada, sede do governo
argentino.
Cerca de 6 mil empregados serão demitidos com a suspensão do projeto.
No mesmo evento na Casa Rosada, o governador da
província de Mendoza, Francisco Perez, disse que até esta quarta-feira a
Vale não havia notificado o governo sobre futuro de Rio Colorado.
Ele também citou a presidente do país, Cristina
Kirchner, dizendo que o projeto será levado adiante "com ou sem a Vale".
A mineradora, aliás, busca vender o ativo e recuperar
os 2,2 bilhões de dólares investidos no empreendimento de potássio,
disse nesta quarta-feira à Reuters uma fonte com conhecimento direto do
assunto. Procurada, a Vale não comentou a informação.
O movimento da Vale ocorre em um país com histórico de
expropriar empresas que, segundo o governo, não estariam produzindo o
suficiente.
A nacionalização em 2012 de 51 por cento da YPF, parte
detida pela petrolífera espanhola Repsol, foi o caso mais notório de
como o Estado argentino pode jogar duro com empresas estrangeiras.
Antes, o país já havia nacionalizado a linha aérea Aerolineas Argentinas e outras empresas de serviços públicos.
PROJETO PARADO
A segunda maior mineradora do mundo disse ter
completado 45 por cento do projeto de Rio Colorado, que inclui, além da
mina, 800 quilômetros de ferrovia e um terminal no porto de Bahía
Blanca, ao sul de Buenos Aires.
Em dezembro, pouco antes de colocar os funcionários na
Argentina em licença remunerada e suspender as obras, a Vale disse que
estava buscando um parceiro para comprar parte do projeto e ajudar a
suportar os custos, num momento em que a mineradora tenta concentrar
investimentos no seu negócio principal, de minério de ferro.
A busca por um comprador pela Vale, no entanto, ocorre
em um momento de fragilidade dos preços das commodities minerais, com as
principais empresas do setor passando por aperto financeiro,
registrando queda nos lucros e trocando executivos.
Em nota na segunda-feira, a Vale disse que não
abandonaria as jazidas de potássio na Argentina e continuaria zelando
por seus direitos de exploração na região.
Os ativos de potássio na Argentina foram comprados da Rio Tinto em 2009.
REPERCUSSÃO
O diretor de Assuntos Minerários do Instituto
Brasileiro de Mineração (Ibram), Marcelo Tunes, afirmou que a decisão da
Vale de congelar ou sair definitivamente de Rio Colorado pode ter
impacto para o Brasil.
Mesmo sendo extraído na Argentina, o insumo estaria nas
mãos de uma companhia brasileira, o que aliviaria o país na busca por
fontes de fertilizantes, disse ele durante evento de mineração no Rio.
O Brasil importa cerca de 90 por cento das suas
necessidades de potássio e o aumento da produção agrícola poderia
potencializar o déficit nos próximos anos.
O representante das mineradoras disse que o governo
deveria incentivar as empresas a desenvolver jazidas de potássio e
fosfato. Como exemplo, citou reservas de potássio na Amazônia, que
poderiam ser desenvolvidas se houvesse incentivo, segundo ele.
A Vale já desenvolve o projeto Carnalitas, no Sergipe,
mas para uma produção bem menor que a prevista para Rio Colorado, de
cerca de 4,3 milhões de toneladas por ano.
(Por Sabrina Lorenzi no Rio de Janeiro, Alejandro Lifschitz e Helen Popper, em Buenos Aires)
FONTE: http://br.financas.yahoo.com/noticias/vale-tentará-vender-projeto-potássio-na-argentina-fonte-155316441--finance.html
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