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Quem manda no mundo? Será o trabalho/produção ou o capital financeiro?

Por Joran Tenório da SILVA.

Lendo um artigo publicado no sítio Jus (www.jus.com.br), onde os autores, Gomes e Gomes, abordam algumas possíveis consequências da Reforma Trabalhista implantada no Brasil desde novembro de 2017.

Gomes e Gomes destacam num trecho que "Não podemos nos enganar, a política por trás da Reforma Trabalhista é a mesma defendida por Alan Greenspan, ex-presidente do FED, o banco central dos EUA. Como historia Noam ChomskyConforme Greenspan explicou durante os seus dias de glória, o sucesso de suas políticas de gestão econômica baseava-se em larga medida na ‘maior insegurança para o trabalhador’. Trabalhadores intimidados não exigiriam aumento de salários nem benefícios, mas aceitariam de bom grado padrões de vida mais baixos em troca da mera possibilidade de manutenção do emprego. (Quem manda no mundo? Noam Chomsky, tradução Renato Marques, 1ª edição, São Paulo, Planeta, 2017, p. 322)".

Infelizmente, mas nessa onda de impor "honestidade", "transparência" e "politicamente correto" além da tão esboçada "ética", os mais beneficiados têm causado um grande abismo social ou apartheid, visto que é cada vez mais clara a obsessão pelo lucro em detrimento da renda dos trabalhadores e da produção, num cenário cada vez mais caótico e de "custos enxutos" e permitindo excelentes ganhos financeiros aos "donos" do capital, que nada produzem, e, porém, o Governo sempre 'comemorando' índices de inflação e de crescimento claramente 'fabricados' e sempre benéficos às minorias neocapitalistas...

Enfim: eles, Gomes e Gomes, fizeram, num dado momento do artigo, um alerta de como fora conduzida a reforma trabalhista no Brasil, tal como, "Portanto, agora que já foi aprovada a reforma pelo Congresso Nacional, pode-se falar abertamente do conteúdo da mesma: a diminuição de custos trabalhistas. Obviamente, durante a tramitação do projeto de lei, não se viu na grande imprensa esta avaliação. O verdadeiro saque contra os salários." (GOMES; GOMES, 2018)

Alerto, conforme o meu raciocínio, de que nesse bojo entra a tão desejada pelo Governo, mas também pelos empresários e pelos mercados, a Reforma da Previdência Oficial, e com rebatimentos na Previdência Privada e afim, num consequente "efeito cascata" econômico e social aos mais pobres, etc. Com ganhos muito menores ou nenhum ganho (desemprego massivo) dos trabalhadores e, consequentemente, também será menor a captação de recursos previdenciários (contribuições) e causando uma expectativa futura no longo prazo de que não mais haverá a tal aposentadoria, e, caso haja, será meramente formalidade limitada ao patamar de um reles salário mínimo (SM) ou menos...

O tal do Estado-mínimo certamente será ainda mais evidente, porque ele, o Estado, será mínimo para os que produzem, trabalham, mas será sempre gigante e generoso aos que exploram, especulam, mandam... Essa é a 'arte' de Alan Greenspan e seus adeptos, seguidores ou admiradores. :(


Escravidão contemporânea é "democrática", formal e "consensual" além de não ter preconceitos étnico e/ou de raça, religioso, ideológico ou político... O capitalismo financeiro e especulativo só tem uma única preocupação: lucrar, lucrar, lucrar... Não importa os meios ou atributos, desde que seja lucrativo! 🤔


GOMES, Eunice de Araújo; GOMES, José Cláudio de Magalhães. As novas regras trabalhistas e a previsão de redução de 60% do custo da folha de pagamento. Se o custo da folha de pagamento poderá ser reduzido em 60%, quem irá comprar a produção?Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 23n. 531115 jan. 2018. Disponível em: . Acesso em: 16 jan. 2018.

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