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"Era ditatorial" (1964-1985) no Brasil e seus "heróis".


 Por Joran Tenório da Silva*

Acerca do assunto fiz o comentário que se segue num fórum de debates do Curso de Bacharelado em Administração Pública da UFAL/FEAC.

"Muita gente pagou caro" e ainda se paga muitíssimo caro por tudo isso. São conseqüências que marcaram e marcam até então as nossas vidas.
Eu, particularmente, sou um exemplo disso, pois infelizmente tive a"sorte" de nascer neste "País" (como tantos outros da minha geração) exatamente no auge da "Era Ditatorial". Portanto, sou um dos tantos que sofreram e sofrem na pele a "violência" que fora aquele período de "mordaças", e que ainda há fortes "ranços" no seio social e político brasileiro.

Em suma: ainda não nos libertamos da "Ditadura", e os exemplos correm abertamente por aí nas escolas, nas igrejas, nas ruas, nas empresas, nos órgãos públicos, nas TVs e afins. Somos vítimas da "Ditadura", e não anistiados! Ao passo que muitos "anistiados", que estiveram ausentes do País como vítimas em muito foram beneficiados e até indenizados com o "dinheiro público". São esses os "heróis brasileiros", legítimas vítimas da "Ditadura Militar"? Preciso que apareça algum dos tantos "anistiados", os nossos eternos "heróis", que tenham sofrido mais as conseqüências da "Ditadura" que os que aqui continuaram (ou que continuam por ai a fora), sem nunca ter deixado este País? Há exceções, é claro, mas a maioria destas não viveram ou foram esquecidos. Eles, "os anistiados", seguiram o que os militares os incentivaram com suas celebres frases: "Brasil: Ame-o ou deixe-o". Eles, a maioria dos anistiados, "deixaram", mas depois voltaram como se "heróis" fossem. E nós que aqui estivemos até então continuamos sendo explorados e humilhados por muitos destes mesmos ditos ou feitos "heróis".

Eu, particularmente, desconfio de quaisquer "heróis" que hoje figuram na cena política ou social deste País, pois o capitalismo e os interesses pessoais e partidários ou políticos foram sobremaneira valorizados em detrimento dos interesses coletivos e sociais. As conseqüências para a maioria do povo estão por aí, em todos os cantos deste Brasil: violência, desemprego, subempregos, analfabetismo, assédios, corrupção ativa e passiva, perseguições políticas e afins, humilhações, saúde sucateada, infraestrutura de transporte precária, habitação (direitos fundamentais foram e são "violentados" pelo próprio Estado, através dos seus diversos órgãos ou agentes), e tantos outros.

Muitas vezes vejo a "Constituição Federal", de 1988, como uma tentativa de apagar ou "legalizar" os desmandos políticos e institucionais praticados nos anos da "cortina de ferro" da "Era Ditatorial". Muita gente enriqueceu ilicitamente, covardemente, e muitos continuam a acumular riquezas como que num "passe de mágica" até então.

Na verdade, a dita "Era Ditatorial", para mim, não teve início em 1964 (Séc.XX), como apregoam os estudiosos do assunto. Ela teve início desde que o Império Português aqui aportou, ou seja, desde Colônia que éramos: Estávamos sob regime de ditadura! E prova disso é que a Primeira (1ª) Constituição do Brasil Imperial fora "outorgada".

Parece-me que somos vítimas da nossa omissão, do conformismo, do comodismo "representativo", enfim, de uma "democracia" ditada ou outorgada até então!


(*) Bacharelando do curso de Administração Pública - UFAL/FEAC

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